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Jogador da base deve ganhar mais minutos com a saída de Jaílson

Ainda resta acertar uma série de questões burocráticas até a oficialização do negócio, mas o Grêmio não fez muito esforço para segurar Jailson diante do interesse do Santos, após receber uma proposta de compra considerada vantajosa. O Tricolor o fez com convicção na força de seu elenco e com confiança na ascensão dos jovens Matheus Henrique e Victor Bobsin para suprir a provável ausência do volante. Prova disso é que, mesmo com a saída iminente, a diretoria gremista rechaça a busca por reposições para a função no desenrolar da temporada.

Até porque a transferência de Jailson não se transformará numa perda de um titular absoluto da equipe em 2018. O jogador de 22 anos, verdade seja dita, é opção recorrente de Renato Portaluppi, mas para surprir as ausências dos titulares Maicon e Arthur no meio-campo. Prova disso é que o atleta iniciou em campo a final da Libertadores de 2017 e permaneceu no time, ao lado de Michel, na disputa do Mundial de Clubes. Recentemente, o volante completou 100 jogos pelo Tricolor, com 22 aparições e um gol marcado ainda nesta temporada.

Ainda assim, a diretoria decidiu por abrir mão de seu futebol, mesmo após pesar bem sua importância ao grupo. Claro, os valores sinalizados pelo Santos, próximos ao que o clube esperava faturar numa eventual transferência ao futebol europeu, pesaram.

Mas além da questão financeira, levou-se em conta as respostas mais do que satisfatórias de Michel e Cícero ao ocupar as posições dos titulares. No último domingo, por exemplo, o camisa 10 brilhou com uma partida impecável, sem um passe errado sequer, e com a assistência para Everton na vitória por 1 a 0 sobre o América-MG.

– Temos o Michel, também, o Kaio, o Matheusinho, o Thaciano. O grupo do Grêmio é muito bom. Os jogadores chamam atenção pelos títulos que ganhamos, pelo que temos feito. Eu fico feliz com isso. Para essa posição, temos jogadores. O Michel é importante nesta posição. Temos jogadores, mas vamos esperrar as coisas acontecerem – afirma Renato Portaluppi.

Espaço para os jovens
Além da dupla, o Grêmio também se apega ao potencial de dois jovens, em especial, que despontam de suas categorias de base, para alimentar um ciclo "virtuoso" de formação, resultado dentro de campo e retorno financeiro. O primeiro deles é Matheus Henrique, o Matheusinho. Com características semelhantes às de Arthur, o volante se destacou mesmo na campanha ruim do time de transição nas primeiras rodadas do Gauchão, com direito a dois gols marcados no início da temporada.

Há ainda uma promessa mais distante, que já despertou interesse até de gigantes da Europa, como Barcelona e Manchester City: Victor Bobsin. Figura recorrente nas seleções de base e destaque na campanha na Copa São Paulo deste ano, o volante renovou recentemente seu contrato com o clube, com novo vínculo até dezembro de 2021– o anterior findava em 2019. O jovem é apontado como sucessor de Arthur, que deixará o clube para defender o Barcelona na próxima temporada.

– O Grêmio está muito bem servido de volantes. Tem Maicon, Michel, Arthur, Kaio, Matheusinho, o Bobsin, que está chegando. O Thaciano, o Ramiro. O Grêmio tem uma gama de atletas da posição. O Grêmio não pensa em absolutamente mais nada (em termos de contratações) – afirma o presidente Romildo Bolzan.

A saída iminente de Jailson, aliás, corrobora o histórico gremista de "fábrica de volantes" no século 21. O jogador será o 12º atleta da posição formado e vendido pelo clube de 2000 para cá.

Após passagem pela Chapecoense, Jailson fez sua estreia como profissional do Tricolor, em 2016, quando atuou em 37 partidas pelo clube. O volante ganhou sequência no time no ano passado, a ponto de ser titular na final que rendeu aos gremistas o tricampeonato da Libertadores, contra o Lanús. Na temporada atual, o jogador soma 22 aparições pelo Tricolor, com um gol marcado, e completou recentemente seu 100º jogo.

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