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Bolzan se incomoda com post na web e faz até ligação pra direção de emissora: “Não gostei intelectualmente do que fizeram”

Uma postagem controversa nas redes sociais do Fox Sports na última sexta-feira gerou irritação do presidente gremista Romildo Bolzan Jr. No post, a emissora se baseava na entrevista dada pelo dirigente à Rádio Gaúcha, onde disse que “o Grêmio não sobreviveria sem jogos até o final do ano”, e declarou na chamada:

“Urgente! Romildo Bolzan, presidente do Grêmio, fez um apelo pela volta do futebol! Concorda, torcedor?”

O post foi devidamente apagado após as reclamações de Bolzan, que chegou até a telefonar para a direção da emissora, mas ainda é possível ser visto com uma busca no Google:

Neste sábado, Bolzan participou ao vivo do programa Fox Sports Rádio e dialogou com o apresentador Benjamin Back sobre a situação:

Benjamin Back, apresentador do programa: “Presidente, você ficou um pouco chateado com a gente, porque nós reproduzimos nas nossas redes sociais e no site uma entrevista que você deu à Rádio Gaúcha dizendo que “o Grêmio não sobreviverá se o futebol voltar só no final do ano, é impossível, para qualquer clube querer jogar não é uma questão política, é fundamental que isso aconteça”. Mas parece que demos em um contexto que você falou “que tem que voltar!” e não foi isso, né presidente? Explica pra gente, por favor”.

Romildo Bolzan: “Isso editorialmente vocês botaram aí. De uma maneira equivocada e, sinceramente, me expuseram de uma maneira ilegítima e completamente infiel. De uma certa deslealdade intelectual. Porque se nós precisamos jogar, clube de futebol precisa jogar. Mas nada está acima da vida e da saúde das pessoas. E portanto eu jamais fiz esse raciocínio. Aliás, liguei pro presidente de vocês, pro Márcio Moron, que é o vice-presidente. Reclamei dessa situação. Não gostei intelectualmente do que fizeram. Me expuseram demasiadamente porque minha posição é sempre pela vida. O protocolo que o Grêmio hoje desenvolve junto com o Internacional é científico. Teremos que respeitar o equilíbrio de cada clube no momento de voltar e nós estamos numa cultura de retorno mínimo das atividades. Com total controle e monitoramento. É uma forma de se manter vivos e há muitos interesses em jogo, especialmente dos atletas do ponto de vista da integridade de saúde. Mas desta forma como colocaram eu me sinto no direito de dizer que não foram intelectualmente corretos comigo. Eu jamais fiz esse raciocínio. O que eu disse é que se demorarmos para jogar vamos ter dificuldades. E isso é verdadeiro. Pois o futebol precisa jogar para ter recursos. Agora, isso não está acima do valor da vida. Por isso tomei a iniciativa de ligar para vocês e corrigir isso. Não sou irresponsável e leviano, sou um gestor de futebol e deixo claro isso por intermédio do programa de vocês”.

A declaração de Bolzan ao Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, na sexta-feira, que gerou o impasse com o Fox, foi feita com essas palavras abaixo:

“Nós teríamos que suspender todos nossos compromissos com a folha de pagamento, suspender contratos. O Grêmio não sobreviveria se voltasse só no final do ano. É absolutamente impossível para qualquer clube brasileiro. Se, no Rio Grande do Sul, pudermos voltar daqui a dois ou três meses, todo o cenário nacional passa por Rio e São Paulo. Sem aeroportos, que passam por lá, sem os clubes de lá, não tem como equalizar isso. Não teríamos como jogar”.

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