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Técnico Renato justifica posição do clube por paralização das competições: “Prezo pela minha vida”

O Grêmio promoveu um pequeno protesto no duelo diante do São Luiz, na manhã deste domingo, na Arena. Ao entrarem de máscaras no estádio vazio, os atletas manifestaram as suas contrariedades com a manutenção dos jogos em meio a pandemia do novo Coronavírus.

“Nós esperamos que as pessoas responsáveis tenham bom senso para parar o campeonato. Tem que parar no Brasil inteiro. Se não quiserem parar, que assumam. Será que vai ter alguém com essa coragem ou a gente vai ter que entrar em greve?”, disse o técnico Renato após a vitória por 3 a 2.

O treinador manifestou a indignação dos atletas após o jogo. Para o Grêmio, o fechamento dos portões do estádio, deixando a partida sem torcida, não é forma de prevenir o contagio aos profissionais do futebol. Muitas das manifestações, inclusive, pediam mais consideração aos jogadores com a interrupção do calendário esportivo.

“Vida não tem preço. Não acredito que alguém vai peitar o futebol brasileiro. Será que a gente vai chegar no ponto que os líderes dos times vão se reunir? Acho que não precisa disso. Nós somos humanos também. Temos famílias”, disse o técnico.

O presidente Romildo Bolzan Júnior está conversando com outros presidentes de clubes na busca por articular uma parada. Caso a CBF opte por manter todas as competições, a entidade encontrará forte resistência.

O técnico Renato afirmou que os jogadores estão preocupados no vestiário. Todos foram alertados sobre os cuidados básicos para prevenções, mas a capacidade de concentração está comprometida, na visão do chefe da comissão técnica.

“Eu tenho vários jogadores que estão assustados. Como eles entram em campo assim? Com que cabeça? Tenho certeza que em outros times está assim também”, disse.

A vitória de virada foi dedicada pelo técnico aos familiares e vítimas fatais do novo Coronavírus. Segundo as últimas atualizações, a taxa de letalidade da doença chegou na casa dos 6 mil mortos.

“Essa homenagem que o Grêmio fez hoje foi para as quase 6 mil pessoas que morreram de coronavírus no mundo. O Grêmio protestou porque jogador de futebol e comissão técnica também são gente. A torcida fica protegida e dane-se quem trabalha no futebol?”, protestou.

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