Ir para o conteúdo principal

Lembra dele? Jeovânio recorda sofrimento em casa vendo a Batalha dos Aflitos e lamenta saída do Grêmio: “Queria ficar”

Imagine você jogar grande parte de uma campanha como titular e, na hora H, talvez no momento mais importante dos últimos anos do clube, ficar de fora? Pois foi o caso do ex-volante Jeovânio, em 2005, que sequer viajou ao Recife para a Batalha dos Aflitos, contra o Náutico, em jogo que assinou o DNA de “imortal” na história do Grêmio.

Em tese, ele seria titular do time de Mano Menezes não fosse uma lesão no tornozelo sofrida semanas antes às vésperas de uma partida contra o Santa Cruz. Nunes, então, foi o volante titular no épico jogo que recolocou o Grêmio no lugar de onde jamais deveria ter saído.

No final de 2006, Jeovânio deixou o Grêmio rumo ao Valenciennes, da França, por uma questão financeira: o tricolor, segundo ele, não tinha como bancar a sua permanência, até pelo interesse do Figueirense, que tinha o seu passe e o interesse no negócio.

Essas e outras histórias são temas da entrevista com o ex-volante gremista, que você confere abaixo:

Gremistas: Olhando pra trás e revivendo o passado, como você resume a sua passagem pelo Grêmio? Se considera um torcedor do clube hoje em dia?

Jeovânio: A minha passagem pelo Grêmio eu considero ótima. Tive em 2005 um acesso de volta à primeira divisão e logo no ano de 2006 fomos campeões gaúchos sobre Inter. Depois, buscamos uma classificação para a Libertadores com uma ótima campanha no Brasileirão terminado em 3° lugar. Então, considero que foi muito boa. Sou, sim, hoje em dia um torcedor do Grêmio por tudo que o clube e a torcida me proporcionaram.

G: Como foi acompanhar de fora e não jogar a Batalha dos Aflitos de 2005 contra o Náutico?

J: Bom, eu acabei ficando de fora daquele incrível jogo por ter sofrido uma lesão no tornozelo no treino antes de um partida contra o Santa Cruz semanas antes. Acompanhei aquela partida em casa mesmo, em Porto Alegre. Lembro que naquele dia foi muito, mas muito difícil e também angustiante sem poder ajudar os meus companheiros. Mas, graças a Deus, deu tudo certo e fomos campeões na famosa Batalha dos Aflitos.

G: Recentemente, o título do Gauchão de 2006 no Beira-Rio com gol de Pedro Jr completou 14 anos. O que você lembra daquela conquista? Foi o maior título da carreira?

J: Com certeza aquele jogo e aquele título diante do Internacional foram muito importantes para a minha carreira profissional. Mas o mais importante foi no ano anterior, o acesso à Série A, como falei. O que eu lembro é que o Inter realmente tinha um grande time. Todos falavam, na época, que eles seriam campeões em cima da gente. Mas o Grêmio sempre foi um time copeiro e lutamos até fim. No segundo jogo, tivemos as nossas chances.

G: No final de 2006, você acaba indo para o Valenciennes, da França. Você queria permanecer no Grêmio ou a ideia era mesmo ir para a Europa?

J: Eu queria muito ficar no Grêmio naquela época e seguir com o grupo em 2007. Conversei com Mano (Menezes, treinador na ocasião) e com o presidente. E ainda falei com os diretores do Figueirense (clube catarinense detinha o passe do volante), mas o grande problema foi que o Grêmio não tinha condições financeiras, estava sem dinheiro para investir. Eu fiz de tudo para permanecer no Grêmio, mas acabou acontecendo de ir pra França.

G: O quanto aquele episódio de racismo com o Antônio Carlos Zago, no Juventude, em 2006, te deixou e ainda deixa chateado? Ele pediu desculpas posteriormente?

J: Sobre o racismo… muitos me perguntam se o Antônio Carlos me procurou. Eu falo mesmo. Nunca recebi uma ligação dele depois disso. Mas é passado.

G: Por fim, o que você tem achado do Grêmio de Renato em 2020? Gosta da forma como o Renato lida com o grupo?

J: O Renato é um grande administrador de grupos. Ele sabe o vocabulário do dia a dia dos jogadores, sabe como lidar com cada um e por isso que ele sempre tira o melhor de cada um. Dá pra ver também que ele sabe falar com os mais jovens. Isso é bom para o time ter a confiança do treinador e o treinador ter a confiança do grupo. Quando você tem um treinador que luta por você, fica mais fácil. Por isso cada jogador abraça a causa e se vê isso no Grêmio. Por isso que o Grêmio hoje e o que é. O Renato amadureceu como treinador e administrador de grupo. Ele é fera. Sou fã da forma que ele trabalha.

Escrito por

Esse é o blog da redação do Gremistas.net, escrito pelos jornalistas que compõem a equipe de criação da maior comunidade de torcedores do Grêmio na internet.

Mais lidas

Últimas notícias do Grêmio

Ver todas as notícias do Grêmio