A cada jogo do Grêmio nos áureos tempos da década de 90, lá estava um baixinho loirinho infernizando as zagas rivais. E empilhando gols e assistências. As qualidades das atuações de Paulo Nunes naqueles anos foram vitais para títulos do porte de Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão, e, para ele, suficientes para colocá-lo como o segundo maior da história do clube, atrás apenas de Renato Portaluppi.
Por isso que, agora, às vésperas do duelo contra o Flamengo, pela semifinal da Libertadores, o atual comentarista do Grupo Globo tem dificuldades em escolher o lado. Até porque foi na Gávea que tudo começou para ele no mundo do futebol.
"Não é demagogia, mas não tem como fazer essa escolha, porque eu comecei no Flamengo, com 13 anos de idade. Era o clube do meu pai, da minha família inteira. Eu era o orgulho do meu pai. Joguei com craques lá. Foi a minha vida. Aí depois eu fui para o Grêmio. Ganhei tudo. Hoje o torcedor gremista me ama. Me coloco só abaixo do Renato (Gaúcho). No Palmeiras também são idolatrado. Seria leviano escolher um ou outro", disse.
No Grêmio, foram 73 gols em 162 partidas disputadas, além das participações decisivas nos títulos citados acima. Mas o que é mais fácil: jogar ou comentar na televisão?
"Posso dizer com todas as palavras: ser comentarista. Muito mais difícil. A pressão que a gente tem, a responsabilidade que o cargo exerce. Você não mexe só com atletas, não é só jogadores de futebol, a gente mexe com pessoas, com emoções, com famílias. Com mães, com pais. É muito importante a pressão do mental de um comentarista. É bem pior que jogador", concluiu.